segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O DEVIR


Nada permanece do mesmo jeito!
Tudo muda sempre a cada instante!
Do rio o leito, da vida inconstante,
A mudança, o devir, o fluxo perfeito.

O quente esfria, o frio se aquece,
O preto se acinzenta, o branco escurece.
A planta que cresce e árvore se torna
O homem que ao barro retorna.

Úmido, seco, frio e quente,
Os quatro elementos, a Physis dos gregos,
O cosmos dos filósofos. Da natureza ardente,
Somente a mudança se basta. Aos sôfregos

A ilusão do permanente que não permanece,
A percepção enganadora que se esquece
E aquece nossos olhos iludidos,
Não afeitos, acomodados, perdidos.



Lúcio Torres

Nenhum comentário:

Postar um comentário