quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

DÚVIDA

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O nada
É a ausência,
Que se esconde.
O tudo
É a presença,
Que se mostra.
O ser
A existência,
Que transforma.

E entre o nada e o ser,
Entre o não ser e o existir,
A linha tênue do tempo
No limiar do espaço
E a metafísica obscura.

Neste universo sombrio
A vida situa-se,
E equilibra-se
Num constante vazio.

Entre o ser nada
E o nada ser.
Ó dura pena,
Que nos cerca:

A de não saber
O que somos,
Pra que vivemos,
Para onde vamos.

Lúcio Torres




segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PENSE



              O homem se diferencia dos demais animais pelo ato de pensar, pela razão, que significa a capacidade de criar, costruir, transformar, pensar e até mesmo destruir. Os outros animais possuem inteligência, em maior ou menor grau, mas nada comparável ao ser humano. Os pássaros fazem seus ninhos da mesma maneira desde quando existem, assim como as abelhas constroem suas comeias da mesma maneira há milhares de anos. O homem não! Ele possui a capacidade de modificar, aprender, mudar, aperfeiçoar-se, adaptar-se a condições adversas, etc. Tudo isso movido pela razão.
              No entanto, muitas vezes o uso desta razão não é natural, necessita daquilo que "Kant" chamava "Esclarecimento", quando, segundo o filósofo prussiano, o homem sai de sua menoridade e passa a ter a autodeterminação que lhe confere a autonomia para pensar livremente.Essa saída do estado de ignorância nem sempre é fácil, devido à falsa sensação de segurança promovida pelo que nos habituamos. Segundo o mesmo filósofo, o homem precisa tomar a atitude para sair de tal condição, precisa aventurar-se por caminhos descohecidos, aventurar-se filosoficamente. Somente desta forma pensará por si próprio, ao invés de ser manipulado por interesses de outros que não têm o meor pudor de impor o seu pensamento àqueles menos afeitos a pensar autonomamente.

O DEVIR


Nada permanece do mesmo jeito!
Tudo muda sempre a cada instante!
Do rio o leito, da vida inconstante,
A mudança, o devir, o fluxo perfeito.

O quente esfria, o frio se aquece,
O preto se acinzenta, o branco escurece.
A planta que cresce e árvore se torna
O homem que ao barro retorna.

Úmido, seco, frio e quente,
Os quatro elementos, a Physis dos gregos,
O cosmos dos filósofos. Da natureza ardente,
Somente a mudança se basta. Aos sôfregos

A ilusão do permanente que não permanece,
A percepção enganadora que se esquece
E aquece nossos olhos iludidos,
Não afeitos, acomodados, perdidos.



Lúcio Torres

OS DOIS "EU"


Quem sou eu? Pergunto-me!
O que sou como os outros me veem,
Ou como me mostro pros outros?

Quem sou eu? Não sei!
Quisera saber-me realmente
E acabar todas as dúvidas

Que me movem a descobrir
Os meus "eu" conflituosos
A se mostrarem no espelho

Como sendo dois, embora
Eu seja apenas um que agora
Busca compreender-se por inteiro

Nesta dúvida filosófica
Que fica em meus ouvidos,
Em minha mente a me tirar

A paz que antes tinha,
O marasmo em que vivia
Minh'alma acomodada.

Lúcio Torres


Olá pessoal!

       Iniciando mais um ano pedagógico, convido todos para participarem deste espaço de discussão filosófica, pricipalmente meus alunos, que estão descobrindo este saber, certamente tão diferente e por que não dizer, nas palavras de Aristóteles, espantoso.
       Aqui vocês têm total liberdade para publicarem seus trabalhos, seus pensamentos, suas dúvidas, questionamentos e demais atividades trabalhadas em sala, como poemas, contos, desenhos, entre outros, que ajudem e resultem numa maior familiaridade com o "amor à sabedoria".
       Tenham todos um bom proveito e contem comigo para quaisquer dúvidas que por ventura aconteçam na nossa caminhada.

Lúcio Torres